domingo, 7 de dezembro de 2008

Back from Audrey nite.

Duas e meia da manhã, nada muito esclarecido depois de um certo serviço de manobrista do Audrey perder minha chave e inventar histórias escabrosas para explicar o ocorrido, eu volto pra casa, e grande foi minha surpresa em ver uma chuva torrencial numa Recife que há dias não via tanta água. Passando pelo Pina, raios... mas raios em Recife? Difícil ver por aqui raios que produzam luz suficiente para fazer o asfalto os refletir e assustar o menino que aqui vos escreve e que já esteve a poucas milhas de uma Thunderstorm, um Tornadinho de pequeno porte, há uns anos, no meio oeste norte americano. Subindo a Antônio de Goés bem rapidamente para não ter surpresas desagradáveis resolvi, por ver um guarda no sinal (sim um guarda no sinal, as três da manhã debaixo de chuva e raios...) parar o carro para não levar uma multa.
E derrepente: "bfut!" Uma CG150, bate no meu parachoque, e no tempo de olhar pro espelho, eu já vi o carona em pé do lado da moto. É incrível como nessas horas, todos os programas "trash" sobre assaltos, assassinatos, perseguições, e etc etc, passam em sua cabeça. E uma cadeia de raciocínio se monta em segundos:
Três da manhã, chuva, moto, batida, homem em pé do lado do carro, assalto... Do something!
Arranquei o carro. n ia dar tempo de nada msm, risco totalmente calculado.

Dei a volta no quarteirão e voltei para a blitz pela qual eu passara a uns metros atrás:

Boa noite, senhor.

"Boa noite, parei aqui porque acho que ia ser assaltado, diante de um guarda colega de voces, no sinal ali na frente."

"Vou acompanhar o senhor até a ponte do Pina e apanho meu colega"

Me acompanhar ou apanhar o colega? Na minha opinião a segunda opção é a mais realista, mas foi bem louvável a ideia do "oficial" acompanhar meu carro até a ponte.

Minhas pernas começaram a tremer quando passava no Cabanga, tempo para a adrenalina baixar, e me deixar com raiva.

Fico meio envergonhado de escrever algo assim sobre minha cidade. Uma cidade que gosto tanto e que acho tão bonita. Mas queria poder viver aqui sem medo, sem achar que um moto poderia sim ter derrapado com a água na pista e que um motoqueiro não precisava ter batido no meu parachoques para me assaltar, bastava ter me apontado uma arma, como é muito mais comum. Mas como "Cardinot" e companhia limitada responsáveis fazem a mídia do medo (até realista. mas às vezes exagerada) na cidade não deixam ninguém ver o lado menos negativo das coisas pintando Recife como um Hellcife, esse argumento midiático domina e os sustos sempre, mas sempre mesmo deixam a brincadeira da vida menos agradável.

2 comentários:

VAF disse...

Eu mandei vc ficar na Audrey num mandei? Ta vendo?

=P

O Menino que Voa disse...

A midia do medo faz isso MESMO com a gente. Qualquer pessoa diferente, com atitudes diferentes, em lugares diferentes, em horarios diferentes sao potencialmente perigosas... e a fé na humanidade vai esvaindo-se!!!

Graças a DEUS está tudo bem com vc.

beijao