sábado, 20 de dezembro de 2008

Insatisfeito, prato principal.

Desci do carro, e a vista ficou escura... Eu só pensava: putz, viajei 300 mks pra trocar o carro e bati ele na porta da casa de Arnoldo... Putz, PUTZ! Olhei o rastro da freiada que dei e de repente, buft. Sim. Eu ia caindo, e pela primeira vez na vida eu ia desmaiando. Não foi uma queda, um fraquejo das pernas, foi apenas um "embaçamento das vistas". Eu não ia me dar o desfrute de cair assim, mas pra quem viveu comigo todo dia, por cinco anos seguidos, deu pra notar que eu não tava bem e Ana Sofia me segurou e me salvou do vexame. Me recompus em segundos, e seguiram momentos de raiva, ao ouvir a figura se pré-supor doutor, de indignação ao ouvir a autoridade dizer que eu tinha razão, mas.... De medo, ao pensar que não poderia, nem trocar de carro, nem ter meu besouro, meu querido besouro, rodando comigo como já faziamos há cinco anos. E no fundo da minha cabeça eu só via a frase piscando em luzes neon: E agora? E agora? Horas depois, deixei o carro na conscecionária, ainda puto com tudo, com a P. da falta de justiça, com o fato de meu seguro arcar com a irresponsabilidade de incopetencia alheia, em ouvir um matuto qualquer dizer :

Esse povo vem da "capitá" pra "azuar" aqui!

Inferno!Prendi todo o choro, e numa ligação desabei... chorei, de soluçar. Aliás, obrigado por me ouvir.

Almocei não, engoli uma feijoada na loja de carros, onde acontecia uma festa de fim da ano, um barulho isuportável de um pagode inaudível ecoava num galpão de oficina cheio de carros em manutenção. Depois de tal agradável refeição, ( que ao menos foi gratuita) fomos convencidos a pernoitar, afinal eram cinco da tarde e eu literalmente nao tinha condições psicologicas de voltar para Recife. Foi uma noite de conversas com meu pai, conversas acreca de quanto eu podria pagar, como eu poderia pagar, prazos, juros e correções sobre um veículo novo. Chato, mas necessário.

O dia amanheceu e o "homem" já na loja, esperava pra resolvermos a situação...
Sabe rodada de leilão? Vamo, faço isso e aquilo e voce leva o carro agora.
Sabe vontade de gritar meter a mão na mesa e dizer:

Peraí!! Menos, por favor!

Bom, Resolvi. Acho que nesse ponto tive uma vantagem: um preço consideravelmente razoável.

Voltei para casa. Coração apertado. Quem me conhece sabe o apego que tinha com meu Besouro. Tirei todas as coisas de dentro dele, coisas que estavam lá, guardadas há tempos. Coisas mantidas com razão e com motivo, como as notas de todos os serviços feitos desde que o carro estava na minha mão, e coisas mantidas sem razão e muito menos motivo como o tênis Nike que perdeu o solado no circuito Campo Grande do carnaval de Salvador. Ficando na mala, preto ( antes era cinza) dentro de um saco plástico transparente, esperando o dia de ir na lavanderia. Cheguei em casa. E restava esperar, pois na segunda feira os documentos estariam na minha mão e o carro seria meu.

to be continued.

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